Essa frase me acompanha desde o final do ano passado e vem trazendo consigo um maior acolhimento e compreensão desse momento atual da vida. Permitiu uma certa distância desse mundo que anseia por movimentos de produtividade, por vezes incondizente à realidade.
Passo então, internamente, a contemplar e deixar mais transparente alguns pontos específicos que quero e posso dar atenção nesse momento e o que não posso. Definir prioridades. Pausas para prudentes e conscientes ações. Pausa para descanso, elaboração de novos projetos e pensamentos. Retraçar planos e encarrilhar a vida num sentido que se queira tomar. Pausa para observar uma trajetória digna que já vem sendo construída.
A vida é movimento e é uma maravilha fluir em meio às circunstâncias que se apresentam, em deixar a vida ser levada também para um lugar que almejamos. afinal, é também nossa responsabilidade a busca por bem-estar, manutenção e cuidado dessa vida.
Sinto que tenho influência da mesma forma que a vida influencia minhas escolhas.
Ai entra um ponto importante sobre essas escolhas que a vida faz pela gente: tais acontecimentos podem ser sentidos e interpretados tanto como aceitação quanto como resistência, dentre outras possibilidades que se queira atribuir. Escolhas essas que tem suas consequências. Difícil hein, digerir e lidar com um acontecimento que poderia não estar em nosso plano. De toda forma, penso que muitas vezes é com isso também que temos que trabalhar, para assim seguirmos com maior leveza e com menos ressentimentos.
Uma vez ouvi que um mapa não é o território, e aqui faz muito sentido essa frase porque por mais que eu tente mapear e projetar um caminho, o território é cheio de descobertas e elementos que nem sequer estavam desenhados ou planejados. Eu preciso sim estar atento em como esse território se apresenta, pois assim faço mais seguro e consciente meu caminhar. Já dizia o poeta Antonio Machado: “Caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar.”